O embate por um mundo melhor, segue entre as forças de poder.
Olhando a movimentação dos preços do petróleo nos últimos dias, me deparei com uma sombra sobre os reais interesses dessa atual crise que assola o mundo.
Recentemente, estudos sobre a real dimensão do impacto dos veículos elétricos sobre a redução de Co2 tem manchado a imagem de paladino do combate ao problema climático.
A Volvo, fabricante de carros, informou que, um carro elétrico em seu processo produtivo tem um impacto 70% superior ao carro de combustão interna em ralação a geração do gás Co2. Para que ele recupere esta diferença seriam necessários algo em torno de 200.000 quilômetros percorridos em sua vida útil. Para um mundo onde a obsolescência e a renovação giram em trono de 5 anos, eles seriam uma bomba jogada no futuro das próximas gerações.
Por este ponto de vista, a enorme pressão por uma mudança no perfil da indústria automobilística, pode não ser exatamente climática.
Em uma fala de um representante da Opep, colhi uma pista do que pode estar por trás dessa nova subida do petróleo. Ele declarou que a tentativa de reduzir os preços da commoditie por intermédio da distribuição dos estoques estratégicos só iria conduzir a uma redução da oferta. Os produtores de petróleo temem uma nova onda de restrição da atividade econômica no mundo, provocada pelo prolongamento da crise sanitária que impactaria novamente no preço do barril.
O crescimento do poder econômico vindo do oriente médio nos últimos anos, tem desequilibrado a dinâmica de poder nos bastidores da economia mundial.
A Europa sempre se considerou o centro do mundo cultural e econômico, dividir estas posições não tem sido de agrado do velho continente, novos jogadores têm participado das mesas de poder.
Sem demonstrar escrúpulos, governos, mundo a fora, tem manipulado a opinião publica no sentido de obter engajamento para seus intentos. Espalhar uma onda de temor e restrições das populações pode ser uma arma nessa guerra de poder econômico.
Vendo estes sinais, fico com um pé atrás na percepção da real dimensão desta crise que tem assolado o mundo nos últimos dois anos.
É briga por poder? É realmente uma crise sanitária? Há realmente uma espada climática sobre o peito da humanidade. Não sei mais.
Com esta perspectiva o mercado segue lutando para buscar a recuperação da atividade econômica e por consequência colher os frutos de seu trabalho.
Nesta semana o mercado americano está mais calmo. Com um feriado importante por lá e com a confirmação do Sr Jerome Powell no comando do FED, há um certo alivio, nas cabeças que decidem os rumos dos investimentos no mercado. Em sua fala de recondução ao cargo, Jerome deixou claro que a ação sobre o mercado com vistas a conter a inflação tende a ficar mais forte, podendo acelerar o ritmo de redução dos estímulos e quem sabe por necessidade abreviar o prazo de inicio da subida dos juros ao mercado. Isso traduziu em uma imediata elevação dos juros da divida americana, o que canaliza os recursos distribuídos nos mercados mundo afora.
O impacto destas medidas no mercado brasileiro, é a elevação dos juros internos, com vistas a atrair o capital especulativo reduzindo a pressão da depreciação do real frente ao dólar, refreando o ritmo de crescimento econômico e aliviando as pressões sobre a inflação.
Com estas medidas o mercado de capitais tende a reduzir o volume disponível para investimento nas bolsas e a consequente queda dos valores das companhias no mercado.
Para quem tem capital e pode aguardar o futuro, será um período de aquisição com vistas a recuperação.
As manobras no cenário político têm gerado um certo avanço. Apesar de forte pressão da oposição para impedir o andamento das reformas, a PEC dos precatórios tem encontrado um formato de consenso. Na CCJ da câmara, a proposta de revogação do limite de idade para aposentadoria no judiciário avançou com vitória dos governistas. Isso pressiona o “poder moderador”.
Eu diria que o governo tem conseguido caminhar adiante no intento de modificar o pais, com passos quase imperceptíveis para os comuns, mas com vitória estratégicas sobre a oposição.
Na minha visão, a proximidade do feriado americano, a perspectiva de juros elevados aqui e esta relativa vitória do governo em suas pautas, podem surpreender o mercado hoje.
O cenário internacional é de queda e desanimo, mas aqui no mercado interno a pressão da elevação do minério de ferro e de uma possível alta do petróleo, que agora brinca na casa do +-0 pode pesar no índice da bolsa uma vez que a Petrobrás e as mineradores tem peso grande no índice. O dólar pode ter tendencia de baixa, uma vez que o mercado externo pode vir colher alguma migalha aqui em nossa B3.
O negócio é determinar uma direção e apostar em suas convicções. Em terra de gigantas, sobrevive quem saber colher as migalhas e escapar das pisadas.
Um no gato, um no peixe, e alerta aos que furtam a frigideira.
Bom dia e bons negócios.
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