E o bolero não sai de moda.

Com um passo simples, o bolero continua na base de muitas musicas por aí, afinal são apenas, dois pra lá, dois pra cá. Esse é o compasso da economia no mundo afora. A geopolítica, marca o ritmo da dança. A negociações entre Rússia e países membros da OTAN, segue com movimentos cada vez mais ameaçadores pelo lado russo. A batalha de poder sobre a Europa, continua através da ameaça de uma crise energética em pleno inverno no hemisfério. A pressão inflacionária causada pelo impacto da crise sanitária, associada a essa ameaça de limitação dos níveis de gás em estoque, pressionam a comunidade europeia, seus cidadãos vivem algo que há muito não presenciavam, a elevação constante dos preços dos gêneros. O BC Europeu já admite a mudança na política de juros, visando a redução da pressão sobre os preços. Quando virá, e em que medida, é a pergunta que paira no ar. No continente asiático, as coisas também não estão tão tranquilas. O mercado de minério de ferro tem oscilado fortemente, devido às incertezas na produção de aço que seguem pressionadas pela crise imobiliária que ainda não está de toda resolvida e pela pressão de redução de emissões na atmosfera. Calibrar estas variáveis é um desafio para os dirigentes locais. Os EUA hoje aguardam a divulgação do índice de preços ao consumidor por lá, há temores de que os números não seja animadores. Se as expectativas forem frustradas com valores elevados, o aperto de juros vira muito em breve e em doses elevadas para o mercado local. Todo esse cenário, trás a percepção de que o dia tende a baixa, porém a confiança dos investidores segue firme, Ásia e Europa seguram índices positivos, mesmo que pequenos. O mercado Americano, ensaia alguma elevação, talvez estimulado pela elevação do petróleo que ultrapassou a barreira dos USD$ 90 e não dá sinais de que pretende baixar, e pela confiança no consumidor apesar da elevação dos preços no varejo. A divulgação do índice de inflação por lá deve mexer com o movimento do pregão hoje. No mercado brasileiro os números dos balanços do setor financeiro, desanimam os interessados na área, por trazerem a sinalização de que a inadimplência dos consumidores começa a preocupar os banqueiros, o aumento das reservas para cobrir possíveis perdas dizem isso. Vale e Petrobrás devem manter alguma perspectiva de alta devido a elevação de suas commodities. Ainda falando sobre combustíveis, a PEC que tramita no congresso, trás algum temor sobre o risco de equilíbrio fiscal, isso pode impactar o setor de combustíveis e a confiança dos investidores. O dia de ontem foi um desafio para os operadores, a batalha entre alta e baixa, foi acirrada, com vitória para os ganhos, mas por pouquíssimos pontos. Apesar de ter errado na direção no texto de ontem, fiquei contente com o resultado do dia. Para hoje a tendência de equilíbrio deve seguir, há muita incerteza no ar, e decidir nesse cenário é bastante complexo. Meu palpite para hoje é de que teremos toda aquela batalha pela determinação dos rumos do pregão com resultado de alguma elevação no dia, com fechamento positivo no final do dia. Por que desta posição? A correção da rota inflacionária no Brasil está adiantada em relação ao resto dos demais países, por isso deveremos sair na frente dessa crise. Se a política não atrapalhar mais do que já faz. Bom dia e bons negócios.