Esse é o resultado da invasão russa. Uma imensa dor de cabeça. O processo de globalização iniciado a partir da década de 1990, criou um sistema intrincado de correlação dos países e empresas, ao redor do mundo. Um eletrônico produzido no Camboja, leva mão de obra local na montagem, tem o papel da embalagem vindo do Brasil, o plástico oriundo do petróleo do Oriente médio, a areia usada no semicondutor, vinda do Azerbaijão, o projeto do chip, saído do vale do Silício, o computador que o projetou feito no Sri Lanka, o engenheiro vindo da Índia, e tudo isso transportado por um navio de bandeira grega com marinheiros vietnamitas. Uffa! Entendeu?
Agora acrescente a esse emaranhado, a necessidade de pagamentos entre estes agentes. Aí está o gargalho dessa guerra. O poder de remessa de pagamentos. Nós leigos não sabemos como isso se processa, mas há uma intricada rede que permite a fluidez destas riquezas, um sistema chamado de SWIFT – em inglês Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias. Que controla o fluxo de dinheiro no mundo. Ao excluir alguém desse sistema, ele ficará de fora do jogo. Está seria a pior sansão que um país poderia enfrentar nesse mundo globalizado. Hoje, esta estrutura é controlada por um grupo que determina quem pode ou não, ter liberdade de transação no mundo. E aproveitando desta condição, o sistema impõe o uso do dólar como padrão de medida. Com o surgimento de novas potencias econômicas, que podem ameaçar a hegemonia global, essa batalha tem se tornado cada dia mais acirrada. Novos jogadores, novos desafios. Cães raivosos não dividem a caça.
Diante destes fatos chegamos à origem desta batalha, que se trava no leste da Europa, e a aparente apatia daqueles que poderiam impedir essa invasão. O mundo é hoje interdependente, e não há o que fazer. O que vemos hoje, diante da atual crise que se estende por mais de três anos, é a luta pelo controle total de todo esse sistema, já não é mais possível. A informação extrapolou a caixa magica da televisão e das folhas de jornal. Uma foto já não relata a verdade dos fatos. A informação brota nas telas dos smartfones, as redes sociais contestam aqueles que um dia foram ícones da verdade. O mundo como conhecíamos ruiu, um novo desenho vem se formando, com a divisão do poder e a necessária cooperação entre os povos. O sonho de alguns, de um centro único de poder, não se concretizará. Estamos no recarregar da história, foi dado o reset.
O que me faz pensar assim, é que mesmo com toda a comoção vinda das imagens enviadas do front, o mercado hoje abre reagindo com alta, neste momento 8:18 am, os mercados europeus performam em torno de +1,5pp, o petróleo cai na casa de 0,7pp, e o ouro, ativo de abrigo em momentos de risco, sobe modestos 0,29pp. Há um alívio. O que me parece óbvio é que o grande “protagonista” paladino da justiça, o Presidente Americano, cai em descrédito. O mercado americano, apesar da crise bélica e do temor de inflação, hoje desenha alta para o dia.
Com esta visão, chegamos ao mercado brasileiro, que tem sido muito bem visto pelos investidores que veem de fora em busca de ganhos consistentes. Acredito que apesar do impasse entre o Presidente da República e seu vice, sobre a crise na fronteira russa, o mercado hoje não se contaminará pela política, devendo buscar a posição em alta que desenhou no final da tarde de ontem no pregão. Haverá um certo receio, bem provavelmente no inicio do dia, mas se, nenhuma notícia brusca impactar os ânimos, teremos um novo dia de alta no índice, e a consequente queda no valor do dólar no mercado brasileiro. No desenrolar dos fatos, veremos o destino que essa nova crise imporá a todos nós. Bom dia, muito cuidado em seus passos, e tenham a certeza que nada ocorre por acaso, sempre há uma razão para os movimentos das forças.
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