Para os olhos atentos, as oportunidades estão em todos os lugares e a todos os momentos. Por esse olhar é que temos visto os movimentos do mercado. Em meio ao caos do conflito na Europa, muitos agentes seguem em segredo, abocanhando fatias e bocados que passam desapercebidos pelos demais. É uma visão desprovida de sentimentos, não da parte de quem observa a movimentação, mas da prática de quem se conduz por estas vielas da moral. O oportunismo sempre esteve presente no mundo dos negócios, o que uns abandonam, outros capitalizam.
Há uma piada tradicional, para aqueles que atuam no meio de vendas que diz: Uma grande empresa de calçados, enviou seu melhor vendedor a um país muito pobre, para que ele avaliasse a possibilidade de vendas locais. Assim que ele saiu do aeroporto, reparou de as pessoas mal usavam chinelos, todos estavam descalços. Dali mesmo ele retornou dizendo a seus superiores que não valia a pena a empreitada. As pessoas do local nem tinham condições de adquirir um misero chinelo. Não contente com esta informação, o dirigente enviou um outro, que ao sair do aeroporto, ligou para o presidente da empresa, requerendo o cargo de diretor da nova fábrica que ele iria instalar naquele país, pois as pessoas, nem conheciam o habito de usar calcados. Em conclusão, o ponto de vista e a pré-disposição diante dos fatos, alteram nossa perspectiva dos acontecimentos.
Isto que está acontecendo no leste europeu, é mais que um conflito local, é uma movimentação global do epicentro de poder. A imposição de regras e normas unilaterais levaram o mundo a este momento. O confronto das forças de poder subterrâneo, chegou a um embate importantíssimo. De um lado aqueles que querem a hegemonia de poder, e do outro os que buscam o fracionamento do poder. O grande segredo é ver onde está a verdade. Qual lado busca o controle absoluto.
Como esta batalha subterrânea se reflete na sociedade como um todo? Através de movimentos caóticos e desconexos de seus agentes. O mercado de ativos tem desenhado este estado de coisas. Nos últimos dias os índices mundiais tem oscilado da euforia ao caos, com fortunas surgindo e impérios desmoronando. Há uma saída, ela será encontrada assim que os oponentes se depararem com suas verdades. Um novo equilíbrio de forças irá surgir desta batalha. O domínio de riquezas e suprimentos é o objetivo desse embate. Alguns almejam o controle apenas para si, outros buscam oferecer o acesso a todos. Simples assim.
O dia de hoje mostra ainda a perplexidade e a impotência dos assistentes desse espetáculo grotesco. Os mercados desenham a cena. A Ásia trabalha com números bem elevados, na casa de 2,5 pp de queda, o minério de ferro, retratando o temor de problemas no fornecimento e no transporte, tem elevação dos preços na casa dos 2,7 pp. A Europa, enfrenta o risco do desabastecimento de gás natural e petróleo, tão necessários no período de inverno. Por lá os números seguem ainda mais negativos, perto dos -3 pp. O petróleo segue em sua trajetória de alta ameaçando chegar a casa dos USD$ 120. Os EUA, absorveram com certa naturalidade a fala do presidente do FED de que há necessidade de elevação dos juros por lá. O impacto da queda nas bolsas é mais relativo ao conflito e suas implicações nos preços dos produtos no mercado internacional.
Por estar fora do centro do evento europeu, o Brasil tem sido o refugio para o capital. Nosso mercado tem sido sedutor para o investidor estrangeiro. Somos um país tropical, abençoado por deus e bonito por natureza, temos uma economia com sinais de relativa estabilidade, grandes reservas naturais, empresas relativamente avançadas, uma politica de certa credibilidade, taxas de juros atrativas, e um mercado de capitais dinâmico e receptivo. Um bom palco para lucros seguros e vantajosos em meio ao caos momentâneo. As tensões politicas internas, já não amedrontam os visitantes, a disputa, coloca em cena, jogadores já conhecidos pelo mercado. A condução econômica não irá mudar muito. qualquer que seja o ocupante do planalto. O mercado tem como controlar os arroubos ideológicos.
No dia de hoje podemos ter surpresas momentâneas, mas o horizonte é de algum ganho para o índice geral do mercado. Iniciaremos em queda, e no decorrer do dia, após a degustação das noticias a tendência é de retorno ao centro com grandes chances de recuperação de ganhos no final.
Tudo está sujeito aos ventos que sopram do Leste, em direção ao furacão que se formou na Europa. Muita cautela e atenção nestes dias de instabilidade. A informação e o conhecimento são de vital importância nesta seara. Bom dia e um grande abraço a todos.
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