Se você deixar de ver o sensacionalismo sobre esta luta nas mídias tradicionais, conseguirá ver o paralelismo entre o evento em si e a encenação midiática. O presidente russo, vem sendo desenhado na mídia como sendo um louco varrido, já o lado ucraniano tem sido retratado com fragilidade virginal. Este é o relato propagado em todas as imagens apresentadas ao público. Olhando mais atentamente os movimentos de cena e os relatos dos “fatos”, vemos que o desenrolar do espetáculo segue uma linha traçada. Os movimentos das tropas russas sobre o território ucraniano têm desenhado um planejamento claro de objetivos. Os fronts de cerco da capital do país, vem se fechando a cada dia. Os passos dados sobre os objetivos, demonstram uma estratégia clara sobre um alvo, o domínio do país todo. O controle de portos e cidades portuárias, impedem a chegada de equipamentos pesados de combate, a tomada de estações de geração de energia, nesse caso, pontos estratégicos que acrescentam o risco atômico, impedem a manutenção de uma condição mínima de infraestrutura de conforto, o bloqueio de vias navegáveis limita as opções de logística. Ainda não está bastante claro quais são os reais alvos dessa incursão russa. O que transparece, é que, apesar do alto custo ao qual está sendo imposta, a Rússia não irá parar até atingir seu intento. Este tem sido o desenrolar dos fatos.
Temos uma guerra, que apesar dos protestos “midiáticos” seguirá até o desfecho final, onde aquele que se dispôs a lutar, saíra ferido e com sua imagem modificada. Não haverão vencedores nesta ferida sobre a história humana, apenas uma nova realidade será desenhada doravante.
Com esta percepção, o mercado já precificou a dor dos civis envolvidos nestes fatos. O petróleo já mostra o novo nível de estabilização temporário, o minério de ferro demostra estar retornando a sua trajetória de preços, as comodities que nestes dias tiveram seus preços estimulados, já dão sinais de retorno aos seus novos patamares mercadológicos. Mundo afora, os novos índices de inflação e rendimento do produto interno bruto, desenham um período de inflação elevada associada a redução de atividades produtivas. Esta batalha já deixou suas sequelas, empobrecimento, desvalorização de ativos, e resseção econômica mundial. Um prato cheio para os que desejam abocanhar mais e mais poder sobre os reles mortais.
Encerramos a semana com os mercados buscando uma recuperação nos preços dos ativos, a Europa trabalha com índices positivos na casa dos 1,2pp e buscando patamares mais elevados. O pré mercado americano mostra potencial de alta para o dia de hoje, com até 1,3 pp de margem positiva. O mercado asiático retrata ainda o dia anterior no restante do mundo, repercutindo o risco de limitações na comercialização de suas ações em outros mercados do ocidente. O mercado nacional ferve com a discussão sobre o patamar de taxação sobre os combustíveis, a batalha no legislativo para a reorganização dos impostos em torno do mercado de derivados, segue agora rumo ao judiciário, com governadores ameaçando melar o pacote todo em ano de eleição. O dia de hoje deve ser de alta, puxado pelo aumento dos preços praticados pela Petrobrás e pela elevação de minério de ferro, os balanços apresentados pelas cias listadas, tem trazido alguma decepção para os analistas. Isso tudo deve pesar no andamento do pregão. Torcendo para uma vitória da paz e pela força do touro no mercado tenham um bom dia e fiquem atentos aos movimentos repentinos.
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