Lembrando meus tempos de criança, o circo vive de espetáculos. O segredo do sucesso de uma companhia circense. está na sua capacidade de manter o publico preso ao mundo da fantasia e da ilusão que o picadeiro proporciona. O Diretor deve ter a habilidade de cativar a plateia mesmo nas trocas picadeiro. Para estes momentos, surgem os palhaços que fazem a distração da plateia. E de intervalos em intervalos, a função segue no seu objetivo de extrair do público, o interesse de toda essa engenhosa estrutura. O suado dinheiro do ingresso. Com esta mesma mecânica, vemos o desenrolar dos fatos neste momento da história. Esta mudança brutal que temos vistos nos últimos três anos, faz parte desse espetáculo. De atração em distração, seguimos nessa dinâmica de transformação da sociedade global. Sem que a bailarina atraia a atenção dos assistentes, não é possível aos contrarregras montarem as estruturas do trapézio. O globo da morte distrai o publico do barulho da montagem da cama elástica. E o elefante no centro do picadeiro, lembra a potência e a grandiosidade do espetáculo.
Neste desenhar de novas histórias, vemos a transformação dos atores, em personagens mil, neste mundo de ilusão e magia.
O mundo real também segue esta dinâmica. A arte imita a vida. Iniciamos essa nova década na esperança de grandes mudanças no cenário global, a precipitação dos acontecimentos trouxe, medo e temor aos assistentes em suas cadeiras na arquibancada. Em três anos já vivemos, uma crise sanitária sem precedentes, uma crise de suprimentos, uma ameaça de conflito global, e seguimos agora para o temor do desequilíbrio das contas nos países. A inflação devido a desorganização produtiva, e a excessiva emissão de moedas nas economias no período de paralisação sanitária, ainda assusta mundo afora, pontualmente ela mostra que já começa a perder força. Ainda há bolsões de pressão em algumas regiões do planeta. Atrelado a ameaça de inflação descontrolada, o temor de uma recessão violenta devido ao amargo remédio da elevação dos juros, surge no horizonte, esta imagem parece arrefecer diante dos números dos preços que parecem estar sendo domados. Mas, como em um circo, o espetáculo não pode parar. Já se desenha, em novo terreno a formação de nova lona de picadeiro. Na eterna batalha de poder, entre os que produzem riqueza e os que intermediam, novas frentes de conflito surgem. O sistema financeiro que reinava até o momento, forçou a mão por sobre a mesa, e levantou a revolta dos que trazem pão a esta mesa. Nesta dinâmica, uma nova estrutura de troca de valores tem se desenhado nos bastidores, e como quem tem a comida pode aplacar a fome. Os países produtores se fortaleceram nesta batalha. Mas, como o sistema financeiro vive de ilusionismo, onde, ele ilude o espectador com uma mão e remove a carteira com a outra. Os senhores dos anéis, não gostaram desta oposição, e já há sinais de uma nova emboscada sendo construída. Para salvar a todos os ilusionistas, pode-se sacrificar um porco, para capturar a plateia e enlamear o picadeiro. Passadas, as crises, sanitária, bélica, de abastecimento, inflação e recessão. Uma nova onda se constrói no horizonte. A de confiança na face da moeda, e no sistema de trocas global. Há migalhas espalhadas pelo caminho, saberão para onde vai, aqueles que se atentarem as mudanças de picadeiro e aos detalhes da roupa do palhaço. Fiquem atentos, após uma onda calma, vem uma vaga de maior proporção.
A semana deve se encerrar ainda com os ânimos em baixa. A divulgação do índice de inflação nos EUA tem o poder de afundar ainda mais esta condição ou levantar o moral dos investidores. A questão é aguardar esse momento.
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