Malabaristas.

Assim estão os dirigentes das instituições responsáveis pela economia e a politica no mundo, jogando malabares. Como já disse anteriormente, esta crise já estava estocada. O que estamos vivendo é apenas o desembocar de toda a lama que estava retida na barreira. A represa apresentava uma bela paisagem sobre o filme d’água, mas, logo abaixo da linha de nível, o que estava estocada era lodo puro. E como uma hidroelétrica, este lodo emperrou os geradores da energia. Ironicamente a busca por uma fonte de energia limpa, levou toda a humanidade a se chafurdar na lama do desenvolvimento lastreado no consumismo. E como quando um esgoto vaza, estamos todos nauseados neste interminável monte de detritos. Ninguém reconhece a origem desta catástrofe, mas ela está aí. O caos se instalou, qualquer movimento mal coordenado espalha mais problemas ao redor. A letargia em reagir aos sinais de desorganização monetária e produtiva, levou a uma recessão inevitável. Teremos que conter o consumo, para que haja tempo de reorganizar o suprimento e restabelecer o valor da moeda. Acrescentando mais desequilíbrio ao sistema, a politica perdeu sua identidade, o movimento de transformação da sociedade foi precipitado e causou o embate entre os pensamentos progressistas e conservadores. Ao tentar suprimir de uma só vez os sinais do passado, impondo uma nova visão das relações sociais, chegamos a um emaranhado de conflitos. No final da década de 1990 inicio dos anos dois mil, vivemos um embate inicial desta realidade, o mercado de capitais foi impactado por um grande número de novos executivos que dominavam novas tecnologias e colocavam os velhos “dinossauros” em um canto do horizonte econômico. A queda da bolsa tecnológica mostrou que vivência e experiência são fundamentais para a mudanças de cenários. Novamente vivemos este embate, a pressão exercida para que um novo modelo energético se estabeleça, defrontou-se com a precipitação nas ações, induzindo ao abandono de velhas fontes energéticas, sem que novas alternativas tivessem amadurecido. A lição que fica é que, quando se tenta pular de um barco para outro sem o devido ancoramento, a chance de naufrágio e enorme. E nesta condição de náufragos, estamos lutando para não nos afogarmos na lama que criamos, antes que ela seque e transforme a todos em estatuas de barro. Neste mundo caótico, os mercados buscam soluções momentâneas para se abrigarem da tormenta que se formou no horizonte. Os embates políticos, as discuções acaloradas e os sinais econômicos se contradizem. Encontrar um ponto de apoio e retorno, tem sido um desafio a todos os jogadores. As bruscas oscilações devem se manter no horizonte por um longo tempo. O ano de dois mil e vinte e dois será crucial nesta nova era que adentramos. Identificar alguma direção no momento é um exercício de adivinhação, os sinais não são consistentes e os rumos mudam a cada amanhecer. A cautela é a melhor atitude neste cenário. Um bom dia e siga com cuidado.