Assim está a perspectiva para esse novo semestre. Como aqueles postes de setas indicativas de direção, que vemos em filmes e desenhos animados, os sinais apontam em todas as direções. Inflação, recessão, elevação de juros, guerra, restrições sanitárias, política. Tudo está no cardápio. Para completar o imbróglio, os dirigentes de algumas instituições dão claros sinais de desorientação de objetivos. Diante disto tudo, apenas uma coisa é certa, o custo do dinheiro está ficando cada vez maior. Nesta condição o consumo e a produção devem ser fortemente impactados. Este fato reverberará em uma cadeia de restrição ao ganho e a elevação da renda. Esta verdade produzira o receio e perda de objetivos, desembocando num ciclo vicioso de contração. O dimensionamento do remédio é a grande questão no momento. Esta “crise” que agora vivemos, não tem causa inicial nos movimentos recentes. O que aconteceu é que, a crise sanitária e o embate no leste europeu foram as ultimas peças movidas no tabuleiro, onde o jogo já estava instalado. A onda de euforia e bonança que havia em alguns setores, era como uma festa regada a muito luxo e extravagância. Os objetivos preconizados na agenda 2030 estavam como bolhas em uma taça de champagne, lindas para uma foto, mas o prenuncio de uma ressaca vindoura. A velocidade em que as mudanças vinham ocorrendo não eram compatíveis com a realidade. Mudar o perfil de consumo de energia em apenas duas décadas é algo que a meu ver chega beirar a insanidade. Precisamos sim, zelar pelo nosso planeta, mas, o que causou o atual estado de coisas, foi o consumo desenfreado e incentivado de bens em geral, associada a nefasta atitude de concentrar este consumo em grupos cada vês mais perdulários e egoístas. Esta condução levou a um aumento da desigualdade e ao confronto das partes antagônicas. Não estou aqui fazendo apologia ao o pensamento de socialismo, o que defendo é o direcionamento de politicas que conduzam os que não tem acesso a usufruir de um mínimo de condição, e a não estimulação do consumo apenas pelo consumo, como temos visto nos últimos tempos, com filas para o lançamento de novos produtos que irão substituir o que acabamos de comprar. O setor de confecção e vestimentas já começa a entender que a obsolescência programada é nefasta e destrói uma cadeia de distribuição de ganhos, eliminando os serviços de reparo e recomposição, gerando cada vez mais, o abandono de postos de trabalhos de baixa qualificação e produzindo estoques de lixos desnecessários e dispendiosos, gerando um passivo ambiental nefasto. O consumo de água é um exemplo claro disso, produz-se muito mais lixo em embalagens do que se obtém de ganho com saneamento para a erradicação de problemas de saúde. Enquanto este modelo de sociedade reinar na cabeça de grande maioria, o que teremos é uma sucessão de crises e danos ao planeta e a sociedade. Neste horizonte tentamos identificar quais os caminhos imediatos nos mercados. Europa e EUA seguem buscando algum sinal onde se apoiarem, a questão energética e o risco de estagnação derrubam horizontes diariamente. Na Ásia a incerteza sobre a recuperação Chinesa ainda paira no ambiente. Os mercados amanhecem mistos indicando não suportarem a pressão. No mercado nacional, as questões políticas pressionam o mercado. A disputa pelo Palácio do Planalto deve seguir na mira dos gestores, cada movimento deve ser interpretado em números, a volatilidade é a marca deste novo semestre.
Em momentos de nevoeiro a cautela é a mais sabia das atitudes. Mas como recomenda o bom senso, não pare sobre a pista, o risco de ser atropelado é imenso. Um bom dia e cuidado.
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