O que aconteceu com a globalização em dois mil e vinte? Muitos diriam que ela chegou ao fim. O caos que se formou após o evento da crise sanitária, criou uma aversão ao risco, a dependência de um só centro de produção. O que de fato vinha ocorrendo na logística de produção mundial, não era o que se pode chamar de globalização. Nas décadas finais do século passado, aconteceu uma “terceirização do esforço produtivo, não foi uma “distribuição” de oportunidades a trabalhadores que careciam de melhoria de qualidade de vida. Na região da Ásia, havia mão de obra barata e abundante, que ainda não conhecia o potencial de sua capacidade de gerar riquezas. Este movimento, foi no sentido real, a “exploração” de uma mão de obra farta e havida por uma oportunidade de ganho. Esta é a verdade dos fatos, a busca por maiores ganhos e lucros incessantes, foi a tônica desse período. Vendeu-se a ideia de que todos os ocidentais, poderiam viver de serviços ou de uma carinha nas telas das redes sociais. Num mundo sem poluição, onde a energia seria abundante, e a sujeira estaria distante. Esta utopia veio a baixo, no primeiro evento onde a pirâmide social foi posta a prova. A interrupção das cadeias produtivas trouxe a realidade a porta de todos. Ainda precisamos que alguém coloque carvão na caldeira, para que tenhamos uma sala quentinha. Esta é a realidade dos fatos. No meu entender estamos vivendo agora a real “globalização”. O que vinha acontecendo ao longo dos últimos oitenta anos, era a implementação de uma sociedade única e monocromática, o filme Show de Truman retrata esta verdade. Onde o modelo de vida desenhado nos estúdios californianos estava sendo implantado em todo o planeta. Mas como sabemos, os “cenários” lá desenhados, são fachadas de uma realidade superficial. Com o fim do bloco soviético no final dos anos oitenta, início de noventa, esta idéia se consolidou em todo o mundo do ocidente. Uma só sociedade “limpinha” e “harmoniosa”. Ledo engano. A dependência de combustíveis fósseis estava longe se ser extinta. A crescente expansão do consumo de energia pela sociedade moderna, ia na contramão ao abandono destas fontes primárias. Como diz um jornalista de renome, “não ia dar bom”. Chegamos ao momento da verdade, os ímpetos totalitaristas de alguns grupos, em construir sua hegemonia sobre os demais, esbarrou na estrutura logica de suprimentos. Algo básico e corriqueiro, alguém tem que sair na chuva para entregar a pizza. Com esta verdade eles não contavam. A lógica de enviar um quilo de minério a milhares de quilômetros, para que ele retorne a sua casa na forma de um garfo, ao preço de algumas migalhas de dólar, é no mínimo estranho. Há algo estranho nisso. Este desequilíbrio, hoje cobra seu preço. Havia uma mentira no ar, alguém estava pagando esta diferença. Hoje o preço do “almoço grátis” está retornando na forma de inflação e temor de recessão em todo o mundo. Levas de desempregados ou desqualificados se acumulam nas cidades, não, por que não são capazes de trabalhar, mas, por que o trabalho que lhes cabia, foi enviado para muito além, de sua capacidade de se locomover. Este é o desafio de nossa era, realocar as fontes de trabalho onde haja consumo e mão de obra disponível. Permitindo assim um reequilíbrio das forças dinâmicas da vida em sociedade. E neste caminho que veremos o mundo ir de agora em diante. Não por que seja o melhor em termos de ganhos, mas sim por que é o melhor para toda a humanidade. O poder do totalitarismo impede a evolução da espécie, a natureza não permite a uniformidade, ela sempre busca a diversidade, para a nova geração e a perpetuação dos seres.
Tenham um bom dia e fiquem atentos as mudanças, elas virão, gostemos ou não.
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