O cenário que descrevi acima não se refere ao fim do conflito entre Rússia e Ucrânia. Ele retrata o que vem acontecendo na Europa e na América do Norte. Países como, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha, Holanda, Bélgica, Canada e o próprio EUA, veem enfrentando uma crise interna sem precedentes. A crise da falta de energia e de alimentos tem afetado fortemente estas nações. A elevação dos custos de produção e a escassez de insumos, seja, na agricultura ou na indústria, ameaça o futuro dos povos do hemisfério norte, e ameaça se alastrar para o resto do mundo. O empobrecimento destas sociedades, já sobrecarregadas, com as levas de imigrantes nas ultimas décadas, está no horizonte próximo. Já no próximo inverno, as consequências desta crise serão sentidas, a redução do fornecimento de gás e petróleo decorrentes do conflito no leste europeu, tem elevado o custo destes insumos, impedido a realização de estoques, que possam alimentar a produção de energia, tão crucial no enfrentamento das baixíssimas temperaturas por lá. Somados a isso, temos na Ásia, a instabilidade da economia chinesa, que atravessa momentos incertos quanto ao potencial de seu crescimento interno. O forte impulsionamento de seu desenvolvimento interno, baseado no investimento em infraestrutura, ocorrido nas últimas décadas, tem demonstrado rachaduras em sua estrutura. A locomotiva do desenvolvimento chinês, a construção civil, mostra que os investimentos foram lastreados em terreno podre e inseguro, o risco do desmoronamento de toda a cadeia de produção de moradias e utensílios públicos, é eminente. Esta realidade ameaça a se alastrar pelo sistema financeiro, que dá sinais de elevada alavancagem em ativos de baixa qualidade. Estas condições, são como fogo em um rastilho de pólvora, um trocadilho infame, diante do fato de que, a origem deste explosivo é a própria China, ameaçando afetar toda a cadeia de fornecimento externo ao país. O cenário global é realmente de um eminente pós guerra, porém a desvantagem deste momento em relação a um período real de pós guerra, e que as pessoas não estão imbuídas da redenção natural que ocorre com o fim de uma catástrofe. Atualmente a sociedade não sentiu os horrores da luta e da batalha, elas estão anestesiadas pelo medo de se locomoverem em um ambiente saudável, sob a ameaça de um inimigo intangível, que atormenta sua estabilidade psicológica. O caos oriundo destas condições pode ser bem maior do que experimentado pela humanidade no início do século vinte. Os dois conflitos que inauguraram os anos mil e novecentos, foram reais e estiveram as portas das famílias. O que vivemos hoje, para muitos, não esteve presente em um leito de morte. Foi apenas um relato no noticiário da noite. Este estado mental, é muitas vezes pior e devastador do que a perda real de um ente querido, não que a dor da perda não seja relevante, a paralização da capacidade de compreender que se está preso, pelo medo interno, de um inimigo impalpável, que se esconde na sombra de um armário, é brutal e destruidora, quando ocorre me grandes proporções, como vemos neste momento da história humana. A sociedade perde sua capacidade de reagir e se reconstruir, pelo período que se prolongar esta “histeria coletiva”, de que há um inimigo invisível nos esperando a cada contato, ou em uma reunião de amigos e família. O custo desta reconstrução que, vem sendo adiada por um prolongamento nefasto de objetivos escusos, será elevado. Ainda não estão claros quais são os interesses por trás destes infinitos tropeços nas políticas econômicas e sociais das nações, mas o que fica claro, é que, a busca pelo poder de se impor aos demais, ainda reina na cabeça dos lideres que comandam as forças geopolíticas do planeta. Com este quadro no horizonte, o cidadão comum luta para encontrar um pouco de sanidade e para manter uma rotina básica em sua vida. Vivemos tempos onde as fibras da alma serão postas a prova. Sobrevier a estes tempos de incerteza será um diferencial a aqueles que seguirão na jornada vindoura. Mesmo que assustados por estas imagens, sabemos que o pior já passou. O sol, segue brilhando no horizonte, o que devemos buscar é remover a nevoa que paira por sobre nossas vidas, como fumaça de uma baforada incomoda de fumo. Um bom dia a todos.
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