Os grupos sociais se movimentam segundo os humores de seus líderes. A denominação de “gado” a um grupo social, muitas vezes usado de forma pejorativa (aqui vale uma nota - em toda minha vida usei errado esse termo, sempre acreditei que havia um “r” entre as silabas pe e jo), mostra que a sociedade não consegue compreender a relação entre o desejo de um grupo e a catalização deste desejo. É visível que hoje, esta relação lideres/liderados esta deteriorada. Em todas as partes do planeta vemos sinais de distanciamento entre as ações dos lideres e o desejo dos liderados. As cabeças políticas e econômicas, teimam em direcionar os grupos sociais que representam, em direção diversa ao que as massas apontam. Numa dicotomia continua, apontam para uma sociedade desregrada e vândala, enquanto o cidadão comum busca apenas o direito de realizar suas idealizações e suas necessidade. Nos últimos trinta a quarenta anos, foi difundido e incutido na sociedade global, as idéias de que caminhávamos para o apocalipse social e material do planeta. Este futuro preconizado chegou, e os temores não se realizaram. Ao contrario do que foi dito, as “ações preventivas” aprofundaram ainda mais o que seria a crise desenhada. Não foram antídotos, foram agentes causadores da realidade que nos encontramos. A pressão imposta para que toda a sociedade migrasse para uma matriz energética “limpa”, é um dos fatores que hoje causam a carência de energia. Ações realizadas a “toque de caixa” geralmente resultam em situações catastróficas. O pânico difundido nos anos mil novecentos e oitenta a dois mil e dez, hoje cobra seu custo. A Europa não está afundando como um transatlântico furado por que há um bombardeio no Leste, o afundamento, se deve ao fato de que não havia como alimentar a transição, sem a exposição há uma única fonte de suprimentos para geração de energia “quase” limpa. Esta é a verdade por traz desta crise. Passos mal dados, por incompetência ou (que eu seja um tolo) premeditação. O grande desafio que enfrentamos no momento, é recuperar a lucidez e o controle dos rumos que estão sendo dados ao conjunto das sociedades no planeta. Agir de forma negligente como vinha ocorrendo, com o consumo desenfreado e o descarte desnecessário, numa visão de infinitude dos recursos, foi o grande erro da sociedade moderna. Há limites para atividade humana, os resultados destas atitudes, se mostra nos rios e nas ruas de nossas cidades. A reeducação da sociedade para o consumo consciente, o abandono ao comportamento descartável, e o fim da obsolescência programada é o caminho para a recuperação da qualidade de vida para as próximas geraçôes. O abandono das atividades de reparo e reaproveitamento, foi um grande erro nessa transformação, que vivemos nas ultimas décadas. A evolução tecnológica estimulou este comportamento, mas muitos dos bens que descartamos, teriam vida longa se a recuperação estivesse presente em nossos dias. A reciclagem pura e simples não consegue zerar a necessidade de novas fontes de recursos. Reduzir o consumo “desnecessário” pode ser a porta para a redenção desta crise momentânea. Esta é a realidade descrita nas entrelinhas desta crise. Os grupos que lideram no momento, se distanciam da realidade, por ainda enxergarem que basta criar uma nova diretriz que todos os problemas se resolvem, vivemos um tempo em que os pratos da balança não se equilibram no pêndulo social. Parte dos membros da sociedade reconhece que a ação de cada indivíduo conta, os demais acreditam que a infinitude é eterna. Os tempos de comportamentos perdulários se foram, aí está o desafio, encontrar a nova ordem social, em acordo com o equilíbrio das forças que regem a dinâmica da vida, sem vencedores ou vencidos, apenas sobreviventes de um tempo de devaneios. Um bom dia e fiquem atentos aos sinais de trânsito.
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