Lembrando ironicamente um samba do passado, fica a pergunta. O que será, do que vem pela frente? Esta incerteza vem à tona toda vez que revolvemos o lodo. Olhando assim de fora, a uma certa distância, como se isso fosse possível. O que vejo me parece uma obra orquestrada. Num relance de lucidez ou de total loucura, tudo parece se encaixar como um imenso quebra cabeças, cada peça movimentada vai formando um desenho, que leva a busca de novas peças a serem colocadas. Esta busca por novos elementos, me levam a colecionar fatos que aparentemente não trazem conexão. As movimentações de tropas na Ucrânia alardeiam um “suposto” recuo, porém este tipo de tática já foi visto em conflitos anteriores, resultando em morte e derrotas para os que avançaram sobre a armadilha. A fome e o frio são armas implacáveis em uma batalha. O descompasso instalado nas economias do continente europeu cobrará um alto custo em vidas neste inverno. A recuperação econômica do bloco poder ser longa e cruel. O alto endividamento das empresas Alemãs já começa a mostrar seus efeitos, as atividades econômicas e os índices de inflação atingem patamares preocupantes. O impasse no estabelecimento de uma nova liderança no Reino Unido, trouxe medo aos investidores no mercado dos títulos daquele reino, os custos destes temores, se refletem no bolso do cidadão comum, taxas de juros e inflação seguem elevados por lá. Outra economia relevante na Europa, a França, segue lidando com ondas de insatisfação de seus cidadãos, com a qualidade de vida decaindo fortemente entre os menos favorecidos. No continente Asiático, a recondução do líder máximo na China, trouxe temores com a formação do novo comitê supremo, onde lideranças mais alinhadas as ideias do chefe de governo, dão a percepção de maiores controles ideológicos e fortalecimento do planejamento central da economia. Por lá o mercado recua com medo da redução das liberdades econômicas e sociais. Nos EUA a disputa pelo controle do parlamento segue forte, a pressão exercida pelas questões econômicas, enfraquecem a cada dia o atual governo, que em vias de perder a maioria no congresso, tenta de todas as formas afastar a oposição de posições estratégicas no governo. O risco de descontrole inflacionário e de uma consequente recessão é como espada sobre a cabeça do atual governo. No Brasil, a disputa pelo Executivo da nação segue em uma luta sem regras, onde o juiz é a causa do medo e do terror autoritário. Numa decisão sem precedentes na história recente, o tribunal eleitoral, definiu para si poderes não previstos em lei, encarnando a condição de acusador e executor, numa decisão sumária de atitudes. No espaço de duas horas toda e qualquer determinação deve ser executada sob ameaça de pesadas multas e prisão. Num flagrante descumprimento do direito constitucional de livre expressão, tem censurado e impedido de divulgação informações verídicas, baseado na interpretação de que, conclusões não podem ser tomadas a partir destes relatos. Somando-se a este estado de inseguranças, a prisão de um insurgente a estes desmandos, foi cercada de risco para os agentes do estado e os presentes. Tiros foram trocados em um processo que levou oito horas até o desfecho e a prisão “exemplar”. A segunda feira se inicia sob estas nuvens, que pairam no horizonte do Brasil. O risco de um “desandar” dos acontecimentos deve refletir nos números do mercado, o que parecia estar precificado na semana anterior, pode ser revisto com o desenrolar destes acontecimentos. Neste cenário global, o que antevejo é uma reorganização de forças que pode vir antes do esperado. Numa semana de muito risco, seguimos com cautela e olhar atento, mínimos movimentos podem desencadear sérios acontecimentos. Um bom dia e muito cuidado. Vivemos tempos estranhos.
Comentários
Postar um comentário