Superando barreiras.

O resultado das eleições no Brasil, surpreenderam o mundo. A ida para o segundo turno do pleito, numa diferença muito pequena entre os candidatos, se mostrou um tanto ambígua. O mercado reagiu positivamente ao fato de o atual presidente ter chegado a esta etapa na segunda posição. Esta reação não se deu por que se esperava sua derrota, mas por ele ter avançado fortemente sobre as cadeiras do legislativo. Em muitos anos em que acompanho esta parte tão importante da vida do brasileiro, confesso que nunca me deparei com a repercussão, que esta notícia, impactou o cidadão não engajado. A conscientização politica cresceu fortemente nos últimos anos. O perfil dos candidatos eleitos para o parlamento, delineou um extrato social, de consciência mais conservadora e sabedora de suas responsabilidades no jogo democrático. Este posicionamento das casas legislativas, que repercutiu também nos estados, será uma demonstração de poder da sociedade sobre o novo governante. Se ele for alinhado com esta ideia mais conservadora, as reformas estruturais tão necessárias para o país, tendem a ser aprovadas com mais facilidade, porém para um governo de posição mais progressista e de tendência intervencionista, a situação ficara mais complicada, uma vez, que a sociedade tem maior poder de pressão sobre o parlamento, e hoje o cidadão sabe usar isso. Este cenário impactou os mercados, a ponto de os índices, do dólar, cair vertiginosos 4,5 pp e a bolsa subir na mesma medida, traçando trajetórias opostas no dia de ontem. É verdade que outros fatores também impactaram o mercado mundo afora. Na Europa, o governo britânico reviu sua posição para o pacote de medidas que visavam estimular a economia interna, que foi recebido pelos investidores, como impulsionador da inflação, levando a uma queda nos índices e aumento dos riscos de inadimplência dos títulos públicos. Este reposicionamento trouxe alívio aos mercados. Já pelo lado dos EUA, os números da economia começam a refletir a gradual desaceleração, esta informação reduz a pressão para a elevação dos juros da divida publica por lá, trazendo alívio ao risco. No mercado asiático, o feriado prolongado na China esta semana, deixa os temores de uma eventual queda na economia, contaminada pela desaceleração do setor de infraestrutura, para a próxima semana. Hoje o mercado amanhece ainda ecoando as noticias do dia de ontem. Então, podemos ter ainda, um dia de queda menos acentuada no dólar e a ressaca dos bons ganhos no mercado de ações. Os sinais são de comemoração. Beba bastante água, mas cuidado como a “fonte”, não se embriague com as bolhas da vitória, assim como o champanhe e o guaraná, elas podem ser passageiras.