Atrás da cortina.

Onde estão?

Na infância, toda criança constrói seus monstros. 

No escuro da noite, ele sempre estará à espreita por trás da cortina. 

Isto me fez pensar em algo. 

Quem está por traz dos recentes acontecimentos?

De onde vem o monstro que assombra os líderes desta nação? 

Na luta pelo poder, só avança aquele que tem segurança no potencial de seu arsenal. Os movimentos realizados no tabuleiro da política brasileira, assombram qualquer jurista mediano.

A queda de braços entre a legalidade e a ilegitimidade das atitudes do judiciário, vão as raias da loucura. Qualquer pessoa com o mínimo de discernimento compreende que já não há limites constitucionais a serem seguidos. 

A Carta Magna foi dilacerada e pisoteada diante da sociedade.

O que “reina” agora é a arrogância e a prepotência. 

Em todo esse emaranhado de falas e atitudes, fica uma questão sem esclarecimento. 

De onde vem a potência para estes atos? 

Quem respalda estes arroubos? 

O que intimida a posição contraria? 

Qual é este monstro? 

Eis a pergunta de ouro. 

Quem está escorando a empáfia do líder do judiciário? 

O que tem ele nas mãos, para que seus oponentes, não possam avançar como feras famintas sobre a presa.

Onde se prende a coleira que detém o contra-ataque? 

É um festival de perguntas, que pairam no ar. 

Por que não avançamos? 

Basta olhar de forma fria, para que estas questões se imponham. Não existe porta intermediaria para a solução. 

Todo o caminho percorrido de mil novecentos e sessenta até aqui, foi para culminar com este quadro degradante para o país.  

A constituição de mil novecentos e oitenta e oito, trouxe avanços para a sociedade, porém, embutiu em seus artigos, armadilhas, que inviabilizaram a estabilidade e a governabilidade desta nação. 

A proteção as “castas”, políticas e administrativas, é gritante em seus parágrafos, vantagens e benesses são escondidas nos meandros da lei.

Aberrações jurídicas prevalecem em detrimento da igualdade perante a lei. O poder de interpretação, agraciado ao supremo judiciário, conferiu a esta “estirpe” de “cidadãos”, a condição de “deuses” da lei. Sem um mandado legislativo, seguem com a prerrogativa de desregular ou regular sobre qualquer assunto sob seu julgamento. 

De uma briga de vizinhos a condenação de um crime hediondo, ameaçam, prendem, e libertam ao seu bel prazer, de acordo com as conveniências momentâneas, numa instabilidade jurídica, que a cada dia, empurra a sociedade ao descontrole e a barbárie.

Neste amontoado de situações, o cidadão comum segue se perguntado, quem alimenta este pitbull?

Onde estão ancoradas as correntes que prendem os cães da guerra? 

Por que seguimos refém desta batalha? 

Teremos nós, que intervir e dilacerar a alma de uma nação ordeira e temente a deus? 

Não sei! 

Apenas vejo monstros atrás das cortinas. 

Foto: Engin Akyurt - Pixabay