Em texto recente intitulado “Seis miiii!!” eu trouxe uma breve narrativa do que é uma partida de Truco, jogo de cartas popular no Brasil. O jogo consiste em um enfrentamento através das cartas do baralho, de dois oponentes, que podem ser equipes, geralmente de dois jogadores. Muito comum em uma mesa de bar, ou entre amigos e família, este jogo esta onde a alegria impera. A pontuação do jogo, até onde sei, é baseada na contagem de pequenas contas, que geralmente são grãos do milho, por isso o brado, seis milhos, que no linguajar coloquial tornou-se o titulo do texto. Na escalada de valores do jogos, os oponentes iniciam a jogada a partir do que chamam de “mão”, que são as cartas e trunfos que tem em sua escolha, de acordo com esta “mão”, executam seus movimentos, e nos momentos de embate bradam sua aposta, 3, 6 , 9 ou doze contas. Até que o adversário de posse de seu “arsenal” pede “truco” ou “mentira”, esta é a trama do jogo. Tudo é um grande e imenso blefe. Geralmente o oponente foge do embate por temer ter menor potencial de combate. Na vida vivemos muitas partidas de “truco”. Na politica e nos mercados de capitais a dinâmica é a mesma. Nos recentes acontecimentos políticos no Brasil, a associação de parte do mercado a alguns grupos políticos, manobrou todas as cartas do jogo para que a “mão” da partida fosse sua. Em uma demonstração clara de leviandade, apostaram em uma carta branca, achando que o oponente era ingênuo e principiante, porém, os movimentos de rua que se propagaram após o pleito, elevaram a vós e bradam “truco”, e pelos sinais que se mostram, há uma certa hesitação nos novatos, porém, parece que têm a mão cheia para bancar o jogo. A partida mal começou e o desafiante demonstra ter sentido o golpe. Em um descolamento de sua liderança, o movimento que nasce nesta nova etapa da democracia brasileira, tende a tomar corpo e crescer com a revolta dos cidadãos. Para alimentar as esperanças nos “insurgentes”, movimento recente e idêntico, conseguiu barra a posse do governante no país vizinho, Bolívia. Por lá a resistência da população após um mês de revolta, forçou o Presidente do país a renunciar após acusações de fraudes no pleito. Coincidentemente a vertente politica do eleito na Bolívia é a mesma do “eleito” no Brasil. Em um clima de revolta por todo o país, a população brasileira, pressiona à porta dos quarteis, para que as forças de defesa do país cumpram seu papel de restaurador da lei e da ordem. Existem duas batalhas sendo travadas, um fronte entre as instituições de estado, no confronto entre executivo e judiciário, e em outro fronte, entre a população e o judiciário, que é o responsável pela preservação da letra da constituição e do bom andamento do pleito. Hoje é visível que há um descolamento entre o atual governante, que pediu insistentemente para que a população não saia das regras constitucionais e a população que não aceita o resultado do pleito. Resta saber se o desafiante da vontade popular tem cartas para bancar o jogo, numa disputa onde a ingenuidade caminha para a malicia de ações desconcertantes, como obstruir uma rua através do uso do direito de circular sobre a faixa de pedestre. Multidões são perigosas, mesmo que pacificas, podem derrubar uma corte ilegítima. A Bastilha é fato recente na historia das repúblicas.
Um bom dia e aguardemos o desenrolar dos fatos e acontecimentos.
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