É real? O mundo virtual?

Nas duas últimas décadas, vimos um avanço tecnológico sem precedentes na história humana. Será? Nos deparamos com o avanço da internet, com a proliferação dos smartfones, com a popularização das redes sociais. Tudo isso aconteceu principalmente no universo ligado a comunicação. O mundo se tornou pequeno, ele cabe em nossa sala, em nosso bolso, em nosso relógio. Esta sensação de presença global, nos aproximou de diversas pessoas espalhadas pela superfície do planeta. Só havíamos experimentado esta realidade, no final dos anos mil e oitocentos, começo de mil e novecentos, com o advento da eletricidade e dos automóveis. O avanço da humanidade é assim, de solavancos. Novas descobertas alavancam um salto no desenvolvimento humano. Passada a ressaca da atual crise de desenvolvimento, começamos a nos reencontrar com velhos problemas. A empolgação das novas tecnologias, levaram a grandes investimentos e a apostas arriscadas em terrenos incertos. O que vem ocorrendo com a deterioração do mercado Cripto, é uma destas realidades não virtuais, fortunas são edificadas da noite para o dia e são desmontadas em questão de minutos. Num mundo mais real, trabalhadores ligados as chamadas “big Techs” e as startups unicórnios (pequenas ideias de potencial bilionário), veem seus sonhos se diluírem como imagens virtuais que perderam a conexão com o servidor. Carreiras outrora brilhantes, se voltam a tarefas em balcões de bar. O sonho de uma sociedade livre de carbono, se transformou num pesadelo energético. Hoje vemos demissão em massa nestes setores ligados ao mundo maravilhoso da virtualidade. Muitos dos que idealizaram viver na vanguarda dos tempos, encontram abrigo em tarefas corriqueiras que ainda persistem em ser necessárias. Tenho para comigo, que devemos ser uma associação, entre balão de gás e paralelepípedo, ligados pelo fio da realidade. Não devemos ser pesados como a pedra, para que não possamos nos transportar de um lugar a outro, porém, não devemos flutuar ao alto e ao infinito, para que não nos descolemos da materialidade da vida. O que virá pela frente, é um choque de verdade as novas gerações, o mundo tem vaso sanitário, e ele entope de vez em quando. A questão é! Quem irá limpar o resultado? Todo esse movimento de reacomodação da força de trabalho ligada ao mundo virtual, vai gerar uma nova cultura na sociedade. Ainda não está claro o que virá, porém teremos um período de frustração e falta de perspectiva. A revoltas que se formam mundo afora, prenunciam esta mudança. Um mundo subterrâneo está vindo à tona. Toda a onda de supressão aos “não conectados” passou. A física alertou a muito sobre as forças de ação e reação. A onda foi projetada e já bateu na borda, o que estamos vendo é reflexo deste impacto. Ficar de pé nesse novo movimento inverso, será o desafio do metaverso. Mas a história conta que estamos vivendo um período de acomodação das forças, e assim sendo, após o refluxo, teremos um retrato do que será construído dai por diante. Tentando me ajustar as novas demandas, sigo me reformulando a cada dia. Um grande abraço e segurem-se nas bordas dos seus óculos virtuais. Bom dia.