Sorvete derretido.

Não há nada mais triste do que ver uma criança frustrada de seus objetivos. A imagem de um sorvete derretendo ao sol, pode sintetizar este sentimento. Olhando o que tem ocorrido nos últimos anos, vejo que o inclemente sol da desconfiança e da arrogância, vem derretendo o objetivo final do que vinha sendo construído. “Uma sociedade progressista” e pluralista. Esta verdade esgueira-se por entre as notícias e os fatos. Nunca o mundo esteve tão próximo ao autoritarismo e a repressão. Todos os movimentos realizados a partir de dois mil e dezenove, vão na contramão de uma sociedade livre e tolerante. As “normas” estabelecidas e “testadas” no advento da crise sanitária, foram um ensaio para o início desse período. O conflito que vem ocorrendo no Leste europeu marca o inicio desta era. As barreiras a livre expressão, estão sendo levantadas por todo o mundo, de forma lenta e subjetiva. Cidadãos tomam a iniciativa de desacreditar a outros cidadãos, o estado estabelece “normas” para expressão do pensamento, e a verdade vem sendo substituída por novas e corrigidas “versões”. Tempos macabros. Olhando o mercado de capitais, podemos encontrar pedaços destes movimentos. Os sansões sobre o conflito, mais prejudicaram os sancionadores do que os sancionados. A Europa segue lentamente para a desaceleração. O temor de “infiltração” em sua cultura, suscitou no governo Chines, um maior controle do pensamento local, um sinal claro desta atitude, foi a forte regulamentação que empresas de “tutoria” educacional, sofreram nos anos dois mil e vinte. Muitas delas sendo obrigadas a fecharem e demitirem muitos profissionais que atuavam na área. O setor de tecnologia da informação também está sob a mira do estado. A ascensão de forças “ideológicas” ao posto máximo do partido, denota esta preocupação. O que vejo por lá, é um “prolongamento” das muralhas da china. Algo semelhante deve ocorrer em outras regiões do planeta. Os sinais vindos do Egito com relação aos acordos climáticos são de que, haverá impasse, sobre como será a compensação pela perda de desenvolvimento de algumas nações, em favor da redução de emissões. Os países desenvolvidos, depois de esgotarem seus recursos, querem que os em desenvolvimento, paguem a conta do aquecimento global. As previsões deste encontro é que será apenas um passeio a um lindo resort. A eleições do Congresso americano, colocaram mais incertezas no ar, a divisão de poder, com as casas dominadas pela oposição, tende a paralisar o já combalido governo atual. As perspectivas para candidaturas ao próximo governo, são de disputas que devem retalhar mais ainda a unidade nacional. A democracia americana segue a passos largos rumo a corrosão. A América Latina se debate em revoltas internas que tendem a crescer com o aumento a repressão, miséria e a insatisfação de seu povo com seus governantes. A corrupção reina no continente. Diante destes fatos os mercados mundo afora oscilam freneticamente em direções controversas a cada nova “noticia” implementada pela imprensa “regular”. A incerteza é a tônica do momento, aos olhos do leigo tudo é incerto e finito. A sobrevivência a tempos assim, requer serenidade e cautela, quanto aos movimentos das ondas, que nos impelem ao desespero e ao delírio. Tudo parece caótico, porém, como a física nos lembra, há sempre uma ordem no caos. O que não nos ocorre, é que, esta ordem é macro em nosso microcosmo. Tenham um bom dia e respirem, bato nessa tecla, pois em momento de stress, esquecemo-nos ate de respirar. A falta de oxigênio no cérebro, turva os pensamentos e nos leva ao desfalecimento. Sigam com fé. Mesmo que seja retornando, todo túnel tem uma luz.