O filme
Publicado originalmente em 07/11/2022 - Reeditado em 09/09/2023
Quando o filme título deste texto foi lançado nos anos mil novecentos e noventa, eu fui surpreendido pela a descrição que um amigo fez de uma de suas cenas.
Na cena, o “vilão” ataca um de seus guardas em sua cela, e com os próprios dentes desfecha um golpe brutal. A minha surpresa não foi por ver a cena chocante, ao assistir posteriormente, mas, ver meu amigo da época, descreve-la com um certo prazer entre suas falas.
Isto me assustou, e ainda apavora.
Passados todos estes anos, volto a sentir o mesmo temor, ao ver com meus olhos a revolta de toda uma população quanto ao resultado do último pleito brasileiro, e ver o brutal silêncio da mídia tradicional.
A liberdade de expressão segue sofrendo insanos ataques, ao largo da letra da lei.
Numa lembrança da figura do macabro Hannibal, a ironia trouxe outra figura calva para aterrorizar toda uma nação.
Instituições
Ao contrário do que ocorre no filme, a mídia e as instituições não desejam o fim do macabro desenrolar da história, prolongam o sofrimento de suas vítimas.
O silêncio imposto aos inocentes, segue amordaçando a voz das ruas.
Não são palavras mortas jogadas ao vento, são imagens vivas em minha retina, sentidas no arrepiar do calor humano, que reina no ambiente de insatisfação e revolta.
Nas portas das casernas, corações inocentes bradaram por amparo, sendo conduzidos a uma perfídia, por seus heróis de luta.
O futuro se tinge de vermelho, qual poça de sangue em um ambiente de crime.
O mercado é conivente com tal atrocidade.
Os senhores do “my precious”, idolatram o ganho fácil, e com toda a força de suas canetas, autorizam a queima de capital para que a verdade não viva.
Vergonha escondida
Num giro nas páginas econômicas, a normalidade se estampa como num prostibulo, fervilhando de clientes.
Tudo se esconde nos corredores da vergonha.
Uma única letra não é encontrada sobre a verdade.
“Seguimos confiantes” de que o grito vindo do subsolo será abafado pelo som de nossos “Pradas”.
Assim caminhamos nesta seara.
Com o “mercado” ajustando seus teclados para um dia “triunfante” de ganhos e “vitorias”.
O lucro
Não importa a dor e a censura imposta, o que vale é o trocado no bolso.
Até quando estes senhores estarão imunes a verdade.
Na embriagues do lucro, será que um dia a piscina estará cheia de ratos?
Será que suas ideias não correspondem aos fatos.
O tempo não para.
Lembrando o poeta, rogo para que, assim como no filme, as ruas não fiquem sujas de vermelho, do sangue de inocentes.
Foi triste para mim, descrever estas cenas, mas é preciso, pois quem sabe, faz a hora não espera acontecer.
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