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Destaques

Julio Damião sempre abrindo os olhos do mercado

  Júlio Damião Júlio Damião • 1º • 1º Estrategista em Finanças / (CEO) IBEFMG / Conselheiro Independente / London Stock Exchange (LSEG) - Refinitiv/ Mestrado (Business) / Professor (Compliance) / Estrategista em Finanças / (CEO) IBEFMG / Conselheiro Independente / London Stock Exchange (LSEG) - Refinitiv/ Mestrado (Business) / Professor (Compliance) / 1 h • Editado •  1 h • Editado • Tecla SAP:  A Evergrande (> Incorporadora imobiliária da China) entrou com pedido de falência nos EUA. Esta semana tivemos a notícia de que o presidente do conselho foi colocado sobre vigilância (preso em casa), e que as negociações das ações foram canceladas em Hong Kong. As ações já desvalorizaram 98%. A empresa acumula dívidas de U$ 340 bilhões (R$ 1,7 Trilhão) = Petrobras (R$ 471 Bi) + Vale (R$ 301 Bi) + Ambev (R$ 205 Bi) + Itaú (R$ 243 Bi) + Bradesco (R$ 140 Bi) + BTG (R$ 124 Bi) e BB (R$ 135 Bi) Juntas... Tem mais de 1.300 empreendimentos e 200 mil funcionários. As agências de risco ...

Novas ruinas

 

Excepcionalmente saio do formato desta página. A crise que se apresentou no mercado brasileiro, pode esconder um mundo bem maior de problemas.



Origens

Nos últimos anos a economia mundial vinha sendo alimentada por dinheiro farto e de baixo custo. Com estas condições, novos seguimentos de mercado floresceram e a transformação na sociedade foi brutal. No espaço de trinta anos, saltamos de taxis para Uber, de telefone discado para smartfones, telex para WhatsApp, num ritmo frenético e avassalador. A minha vivência de sessenta anos, me mostrou que tudo tem um custo. Acredito que chegamos nos tempos das faturas. 

As empresas ligadas as novas tecnologias, capitanearam estas mudanças. No Brasil, vimos surgir neste período, empresas que revolucionaram alguns mercados, tornando-se, grandes players internacionais.  O setor de bebidas, viveu o surgimento de um gigante de proporções globais. O setor de proteína animal, foi dominado por um monstro comedor de carne. O setor de varejo, passou por várias estruturações, com players tradicionais, trocando de mãos várias vezes, abrindo espaço para o surgimento de novos e poderosos jogadores. Esta onda, transformou pequenos negócios em marcas valorosas no mercado. 

O impacto

A crise desencadeada no ano de dois mil e vinte, abalou as estruturas do mercado mundial. A fórmula de globalização que vinha sendo aplicada, com a concentração da capacidade produtiva em nichos regionais, mostrou-se uma armadilha, para o equilíbrio dos negócios. O gargalo nos transportes e na logística de suprimento, arrastou-se pelos dois anos seguintes. Quando os mercados estavam chegando a um novo desenho logístico, a crise no Leste europeu, desestabilizou o mercado de energia. A elevação repentina dos preços do petróleo e do gás, derrubaram novamente os mercados. O pouco que restava de estabilidade, veio abaixo na esteira destas crises sucessivas. Todo o modelo econômico que vinha sendo desenhado ruiu.

Imprevisto

Na sequência destes acontecimentos, a sociedade recebeu o golpe final da transformação que vinha sendo implementada. Como fórmula de combate aos riscos de contaminação sanitária, os trabalhadores foram impedidos de trabalhar e o estado teve que suportar essa massa de novos necessitados. Passado o impacto inicial surgiram as soluções e alguns problemas. O trabalho remoto veio para minimizar os danos econômicos do movimento anterior. Com esta mudança as coisas começaram a se normalizar. Tendo experimentado uma nova realidade, o trabalhador não gostou de retornar à condição anterior, esta mudança de habito e costumes impactou o valor da mão de obra.  Como, no período de restrição, os governos, injetaram volumes expressivos de riqueza na sociedade, o consumo saltou, principalmente nos novos seguimentos, exigindo, uma rápida ampliação das estruturas e sistemas de suprimento. Casando os problemas de logística e fornecimento já descritos, este desastre logico, provocou a escassez de mão de obra e de produtos, gerando uma espiral de elevação dos preços, provocando inflação rápida e agressiva. Os dirigentes monetários não prestaram a atenção que os ingredientes de uma crise maior estavam sendo adicionados no tempero econômico.  

Remédio amargo

Como toda festa, a que vinha sendo realizada a nos últimos trinta anos, era alegria e beleza. Mas, whisky ruim causa dor de cabeça. E o que foi servido veio com comandas de custos. Empresas acostumadas a buscar recursos no mercado a preços muitas vezes negativos, conduziram sua contabilidade de forma frouxa e desleixada, se é que existem contadores distraídos. O torniquete aplicado no mercado via elevação dos juros, começa a mostrar os resultados. As empresas de alta tecnologia, principalmente as que atuam nos seguimentos de entretenimento e varejo físico e eletrônico, já sentem os impactos destes novos tempos. A massa de trabalhadores demitidos começa a engrossar. Segundo relatos dos especialistas em avaliação da crise inflacionária, os apertos ainda estão longe de parar. Há quem diga que uma recessão forte seja necessária para pôr equilíbrio nas contas. 

Desespero

No campo político, este período pós crise sanitária, propiciou o surgimento de um comportamento autoritário e repressivo por parte dos estados. A par disso, vimos grandes figuras do mercado apoiarem estas posições tirânicas de alguns governantes. A pressão para que o cidadão, não possa se manifestar diante destes acontecimentos, tem sido realizada de maneira jamais vista globalmente. Com estado e empresas se apoiando, numa sanha de impedir que haja questionamentos. O pipocar de escândalos econômicos privados, começa a levantar suspeitas, de que estas empresas estariam usando o estado para seus interesses, como máquina de poder para seus desmandos. Figuras ligadas a estas empresas foram protagonistas de momentos controversos nas campanhas eleitorais recentes. Muitos escândalos tem vindo à tona, e recebido pesadas críticas e impedimentos legais a sua divulgação. Autoridades colaboram com o silenciar de delatores. A mordaça tem sido ferramenta, aplicada sempre que alguém ousa a se pronunciar sobres estas dúvidas. 

Questões

Estaríamos diante do final de um ciclo, onde a estrutura ruiu e os protagonista lutam para manter a fachada sólida? Seria o desespero, a causa de tanta truculência? Qual escândalo, colocara a baixo, toda a parede que separa o cenário da realidade? Quem será o rei a ser despido? Qual será o Quixote que derrotara o moinho? Por onde começamos a busca? Um pássaro do norte, começou a cantar as mentiras por lá contadas. Santos protetores andavam sem batina nos corredores. Fique atento, os sinais estão por todo lado.   


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