Olhando Davos

 

Europa

Sentindo o clima dos Alpes Suíços, o cidadão comum fica deprimido. Os grandes da economia global, desenham um 2023 em baixa. Dois terços dos líderes empresariais, acreditam que teremos um ano mergulhado em recessão. O enviado especial do Governo Biden, John Kerry, declarou que o mundo vai precisar de muito dinheiro, para atender as metas climáticas que foram recomendadas pelos especialistas, ele acredita que chegaremos aos índices indicados, porém, alertou que poderá ser em prazo maior que o desejado. Dentro desta visão, ele lembra que cerca de vinte países sofrerão graves consequências destas mudanças, e destes, dezessete deles estão no continente africano. Com estas declarações e com o balanço fraco apresentado pelo desempenho chinês em 2022 os mercados europeus hoje seguem em queda próximos a -0,3%

EUA

O mercado americano ressente os ventos vindos de Davos. Vivendo uma breve temporada de balanços, os índices tentam se sustentar com a expectativa de um cenário interno mais animador, mesmo assim, o investidor segue cauteloso, Nasdaq, S&P500 e Dow, abrem com sinais negativos. A promessa de bons resultados nos balanços de Morgan Stanley e Goldman Sachs pode mudar o ânimo nas mesas de operação.

América Latina

O imbróglio da Americanas, respingou na reputação do grupo G3, controlado por Leman, Marcel Telles e Carlos Sucupira. O mercado acredita que eles têm responsabilidade no caso, e que esse problema pode impactar outras empresas do trio. Esta situação pode desandar para maiores problemas para o grupo. A responsabilização jurídica dos três não foi descartada por observadores do mercado. O cenário político em Brasília segue conturbado, a eleição para a presidência do senado tem causado muita polêmica, há quem diga que parte do grupo que hoje comanda o Planalto, articula a queda do fiel guardião da suprema corte na casa. O repudio pela permanência de Pacheco na cadeira de presidente é visível no eleitorado, basta saber se seus representantes têm a mesma visão. Aí pode estar o início de uma guerra interna do governo. Isso é ruim para o mercado, pois traz mais instabilidade para a economia do país.

Commodities

O minério de ferro, segue absorvendo os sinais do mercado chinês, a notícia de elevação do contágio já havia impactado os preços nos últimos dias. O fechamento do balanço de 2022, com crescimento abaixo de desejado, reforçou o temor de menor consumo do minério. Em Dalian o preço fechou em queda de -1,3% no último pregão.

O petróleo apesar de continuar sua trajetória de alta, teve menor valorização de ontem para hoje, estacionado na casa dos 85 dólares, hoje busca manter 1,2 % de alta.

Ibovespa

Com Davos na mira, os investidores ainda buscam entender as declarações vindas de Brasília, para o valor do novo salário mínimo e em relação as taxas do IPI – Imposto produtos industrializados. Segundo fontes do planalto, o presidente deseja elevar o mínimo acima do que já foi estipulado, o mercado se pergunta de onde virá o dinheiro. Quanto ao imposto, as declarações de preservação das atuais taxas ou até a hipótese de zerar, esbarram no acerto de caixa do governo, se faltar dinheiro para o Bolsa Família, a grita vai ser geral, se arrombar o caixa, a inflação avança. Uma boa dor de cabeça para o governo e o mercado.

Considerações

Não há milagre que resolva os problemas a toque de caixa. Toda ação humana tem sua consequência. Encontrar as soluções é o grande desafio para pessoas, empresas e governos. Qualquer passo dado fora dos rumos corretos, deixar a pegada do autor. Equilibrar os orçamentos e as planilhas de gastos é fundamental para o sucesso econômico de um país ou de uma companhia. Esconder falhas ou delitos, retarda a situação e complica a solução. Vivemos um tempo de margens mínimas, cada movimento deve ser “friamente calculado” como nos lembra o lendário CHAPOLIN COLORADO.