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Caminhos do desenvolvimento. A trajetória de uma crise.
A crise da nova era
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| DALL-E -digital |
A evento sanitário de 2020 foi o start de uma crise
anunciada. A estruturação política e econômica que vinha acontecendo desde os
anos 1980, trouxe o mundo ao momento em que vivemos hoje.
O pós guerra vivido nos anos cinquenta do século passado,
alavancou o desenvolvimento que ocorreu na Europa e nos EUA. A máquina produtiva
que havia nos dois lados do Atlantico recebeu um impulso gigantesco com a reconstrução
que ocorreu no velho continente. As mudanças no sistema econômico e financeiro resultante
dos acordos decorrentes do conflito, permitiram a multiplicação da riqueza nos
dois lados do oceano. A ideia de um mundo de progresso e paz foi propagada para
todos os continentes. O surgimento da guerra fria no final dos anos cinquenta, impulsionou
o desejo de união para a defesa do modo de vida ocidental. A pujança econômica e
o sentimento de liberdade, empolgaram os cidadãos que sonhavam com um mundo
livre e prospero. Esta visão de mundo moveu barreiras a liberdade e foi em busca
de erradicar a miséria.
A concentração de riqueza no continente europeu e na américa
do norte foram a locomotiva que rebocou o progresso do mundo até meados dos
anos 1980.
A entrada da China no modo de vida ocidental foi orquestrada
por Nixon e seus contemporâneos, com o objetivo de abrir o imenso mercado inexplorado
que jazia na tentativa de transformação realizada por Mao Tsé-Tung. A tão
falada Revolução Cultural implementada por Mao resultou em miséria e atraso ao
país. A China era um território “virgem” para a cultura ocidental. O símbolo máximo
do capitalismo, a parceria Coca-Cola e McDonald, foi estampado nas paginas dos
jornais como o início de uma nova revolução.
De lá para cá o mundo passou por uma transformação brutal, a
industrialização do país oriental, não criou um novo parque industrial, ela foi
responsável pela drenagem de empregos em todo o mundo. Fabricas fechavam nos países
de origem e abriam na nova fronteira, onde o trabalhador estava acostumado com
condições mínimas e miséria. Esta realidade remodelou todo o ocidente, onde levas
de desempregados passaram a depender da ação do estado para as condições mínimas
de vida. A realocação desta massa de trabalhadores no ocidente, fomentou o desenvolvimento
do setor de serviços. Novas “necessidades” foram criadas, facilidades foram
propostas para absorver os interesses e a disponibilidade dessa mão de obra.
O desenvolvimento tecnológico experimentado pelo ocidente
revolucionou a sociedade, a ponto de os velhos modelos de convívio, como
comunidades religiosas e agremiações sociais serem destruídas ou desarticuladas
na busca da individualidade e do prazer imediato. Esta transformação nos hábitos
e costumes deterioraram o tecido social e a política ocidental. A busca pelo
resultado imediato e pela fortuna rápida tornou-se o objetivo dos ocidentais.
Enquanto o ocidente passava por esta desarticulação social,
a locomotiva oriental se aparelhava e criava suas bases para confrontar os
costumes e as práticas políticas e econômicas dos seus tutores.
A crise sanitária mostrou que o ocidente estava vulnerável e
preso ao poder dado ao oriente. A máquina produtiva estava alocada em territórios
que o ocidente não dominava e controlava. A estocagem de containers vazios nos portos do
ocidente por não serem atrativos no retorno aos parques industriais do oriente
foi a imagem desse poder. Navios ancorados ao largo dos portos por não terem
como aportar e despejar suas cargas, alertaram que o sistema produtivo estava erradamente
distribuído. A China agora era a segunda maior economia do mundo e o centro de
produção do planeta. Tudo vinha de lá, de fralda descartável a tampa de refrigerante.
O mundo parou.
Hoje os países correm para recuperar o tempo perdido na
comemoração dos produtos fabricados a menos de um dólar a unidade, mas, o desenvolvimento
já não está mais baseado na indústria primária, e suas levas de trabalhadores, esta
hoje, busca uma nova fronteira onde se estabelecer. Os portos chineses já não
desejam mais toneladas de ferro em minério, eles querem Louis Vuitonn, Chanel e
McLarem. Mesmo que os insumos básicos sejam fabricados na fábrica ao lado de
sua casa.
Diante da atual crise, que é atribuída aos eventos ocorridos
a partir de dois mil e vinte, culminando com o conflito na Ucrânia. o mundo
busca uma nova configuração de forças.
A proposta de domínio do oriente como foi elaborada lá na década
de 1970 do século passado, resultou na construção de um forte oponente no
cenário mundial. A derrocada da União Soviética ocorrida no final dos anos 1980,
que fazia parte do plano de hegemonização do poder por parte das forças
ocidentais, resultou em uma polarização ainda mais forte nos tempos atuais. A China
não é uma estrutura política corrompida e carcomida por inúmeros erros do
passado como foi a União Soviética, ela é hoje uma sociedade fechada, extremamente
controlada e que seus cidadãos estão mais interessados em usufruir do desenvolvimento
conquistado nos últimos cinquenta anos de regime politico centralizado e
economia voltada para exportação e desenvolvimento.
Derrubar esta estrutura será impossível para o ocidente, o
melhor caminho é o convívio harmonioso e a cooperação na exploração das novas
fronteiras que hoje se mostram principalmente na Índia, América Latina e África.
Sendo Índia a base para a industrialização secundária, e a África para a
industrialização primária com exploração e extração de minérios e metais preciosos.
A América Latina, tem no Brasil um líder no desenvolvimento e garantia da abundância
de alimentos e nutrientes tão importantes nesse novo século.
Esta nova composição de forças ainda caminha lentamente, más
será inevitável ao longo dos próximos anos.
A mesa foi dividida e deve receber novos jogadores, não há
como a velha elite reinar sem súditos.
Este cenário deve levar o mundo a alguns confrontos ainda
por vir. A guerra da Ucrânia irá ate as margens da loucura para a humanidade,
porém o risco de uma catástrofe global impedira de mentes enfurecidas pelo ego
acionem o botão do apocalipse.
Acredito que o equilíbrio de forças está próximo, teremos talvez
um ou dois anos de angustia a frente, porém os jogadores já não carregam em
suas mãos os “ases” necessários para manter o blefe que hoje sustenta na mesa
do jogo de pôquer que é a geopolítica. A forças começam a mostrar suas dores e
ferimentos, ferrenhos parceiros de mão abandonam a mesa, e o verde do feltro mostra-se
esgarçado e sujo pelas mãos indevidas que se apoiaram sobre ele.
Não há vencedores sobre uma terra morta e devastada.
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