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Conexões. Pedaços da verdade espalhados pela vida.
Juntado peças.
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| RÜŞTÜ BOZKUŞ - Pixabay |
Em um texto anterior eu já falei sobre algo assim.
Num dos
filmes da franquia MIB – Homens de Perto, o personagem K orienta o novato em
como encontrar informações sobre acontecimentos envolvendo “visitantes” em
nosso planeta. A princípio a fala dele parece tolice de Hollywood, mas ela traz um bom ensinamento. Fatos aleatórios podem conter correlações nos
acontecimentos da vida.
Vou contar um acontecimento em minha vida que ilustra o que pretendo mostrar.
No Brasil dos anos 1970/80 os sistemas de telefonia eram administrados por companhias estatais.
Era um sistema precário e indisponível para a maioria dos brasileiros.
Naquela época havia a modalidade de aluguel de linhas. Quem não tinha, alugava de quem podia ter. Chegou-se a valores de cerca de US$ 1,000 uma linha, com valores que muitas vezes ultrapassavam a 10% do valor da linha para uma locação.
Esta era a realidade dos tempos das estatais. Quem viveu a época não imaginaria ter um smartfone que nos conectasse com o mundo como hoje.
De tempos em tempos estas companhias emitiam novas expansões de linhas de acordo com sua capacidade técnica.
O processo de aquisição era por meio de listas de espera, que poderiam chegar à anos na fila.
Numa dessas listas fui convocado para a “compra” do direito a uma linha.
Esta compra se fazia por meio da aquisição de um lote de ações da empresa “Mãe”, que era uma estatal nacional que controlava as demais companhias estaduais.
Bom, no fatídico dia em que eu deveria realizar o depósito de intenção de aquisição, eu me encontrava sem recursos financeiros para tal.
Muito frustrado, e sem encontrar
alguém disposto a comprar o meu direito, nem compareci ao escritório da concessionária.
Foi uma desolação sem paralelo naquele momento.
Passados alguns anos, não me lembro exatamente o tempo, num período em que me encontrava em apuros financeiros.
Numa das minhas idas ao caixa eletrônico do banco, na tola esperança de que meu saldo zerado havia por um milagre se multiplicado, eu notei um crédito de R$ 13,89 centavos em dividendos, eu gravei esse valor.
Não compreendi aquele crédito, procurei um atendente da agência em que tinha conta e fui me esclarecido, que aquilo era ganhos em resultado de ações que eu detinha.
Revirei minhas memórias e não encontrei qualquer referência a
uma compra de ações, os bancos sempre nos empurram “negócios” quando realizamos
algum empréstimo ou um contrato de cheque especial.
Solicitei a ela que identificasse a origem desses
dividendos, após consultar os dados de meu cadastro, para minha surpresa foi
identificado que eu detinha créditos em ações da empresa “Mãe” do sistema de
telecomunicações.
Já haviam se passado cerca de oito ou dez anos do fato da
disponibilidade de linha telefônica, eu mesmo já não me lembrava do acontecido.
Procurei o escritório da concessionária e me foi afirmado
que eu era titular das ações apesar de não ser titular de nenhuma linha, e que
nada poderia ser feito pela empresa. A titularidade pertencia a mim. Constatado
esta realidade, me foi informado que poderia me dispor daquele lote de ativo.
Determinei ao banco custodiante que efetuasse a venda, pois
necessitava de recursos naquele momento. Passados alguns dias, um de meus
filhos me alertou que o governo havia anunciado a privatização do conglomerado
de telecomunicações no país e isso elevou o valor das ações no mercado. Neste
mesmo dia o banco efetuou a venda de meu lote, resultando no valor exato para
cobrir minhas necessidades naquele momento.
Todo este relato é para demonstrar o que me fez olhar mais
profundamente para os detalhes na vida.
Um fato sem nexo aqui, se conecta com um acontecimento ali.
Eu pessoalmente não posso negar esta verdade, ela se mostrou presente em toda a
minha vida. Um atraso para um compromisso nos tira de um acidente no trânsito,
um contratempo em uma reunião nos coloca em contato com as pessoas certas no
momento certo. Cabe a nós termos a atenção necessária para identificar estes
momentos.
Anteriormente a este acontecimento me deparei com um
problema com um formigueiro em uma das empresas em que trabalhei, ali aprendi a
olhar o mundo com outros olhos para os acontecimentos. Neste mesmo ano em que
lidei com o formigueiro, que em momento oportuno relatarei aqui, eu me deparei
com o livro de Orson Welles – 1984, qual o ano dessa história? 1984, ano de meu
casamento e da concepção de meu primogênito que foi nascer no ano seguinte, o
primeiro de minha família que entrou em uma universidade de ponta e chegou ao
doutorado em um laboratório de pesquisas avançadas na América Latina. 1985, o ano
das “diretas já” no Brasil.
Fique atento aos detalhes, eles nos mostram o que vai na
alma das pessoas, suas atitudes, seus intentos, suas tramas, seus medos, suas
vergonhas, suas inspirações, seus interesses, suas verdades.
Fragmentos de notícias alertar para movimentos sociais.
Migração de pássaros, alertam para o impacto sísmico de um terremoto. Uma
palavra demonstra o interesse de um discurso. O bater das asas de uma borboleta
desencadeia uma revolução nas posições da natureza.
Não perca o próximo detalhe. Aprenda a melhorar sua percepção.
Uma brincadeira que faço comigo e com minha companheira de quarenta
anos, é sentar em uma mesa de uma praça de alimentação e tentar identificar os
interesses e desejos dos que estão a nossa volta, não com o objetivo de bisbilhotar
a vida alheia, mas para entender os medos, alegrias e desejos da humanidade que
nos cerca.
Cuide dos detalhes, eles fazem a diferença nos milésimos de
nossas decisões.
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