Métricas, em tempos de classificação e rotulação do pensamento humano.

Os movimentos entre o extremo zero e o máximo zero.

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As prévias eleitorais ocorridas na Argentina no final de semana de 12 e 13 de agosto de 2023, demonstram que o horizonte político e social, está mudando de perspectiva.

A ascensão de Javier Milei, levanta a questão sobre a uniformidade de pensamento que vinha acontecendo nos últimos anos no país. Milei traz consigo um desejo do cidadão comum por sua autodeterminação, e por uma recuperação na derrocada econômica que os argentinos enfrentam.

O interesse globalista na região pode ser ameaçado com esta vitória política da oposição local.

O embate de ideias que limitam a liberdade do indivíduo e seu desejo de livre pensar tem gerado conflitos sérios em todo o mundo.

A pressão sobre a Rússia para que reveja sua postura quanto a invasão da Ucrânia, tem afetado fortemente sua economia. A moeda corrente no país teve queda acentuada diante das perspectivas de engessamento dos negócios internacionais.

O enfraquecimento do rubro frente ao dólar coloca o comando político sob pressão dos demais atores econômicos no país. A elevação dos preços do petróleo tem segurado as contas externas.

A luta pelo controle do Niger, enfraquece ainda mais a já frágil estabilidade africana. Forte exportador de ouro e urânio, o país vinha sendo controlado pela França, como fornecedor de combustível para as usinas atómicas do país controlador. A guinada no poder com o golpe impetrado por uma junta militar supostamente apoiada por interesses russos, estrangulou o fornecimento do precioso combustível para a energia francesa.

O enfraquecimento do setor imobiliário chinês, emperra a recuperação. O temor de tempos incertos, intimidou o consumidor a investir em imóveis, derrubando o ritmo do setor. A excessiva oferta no passado, esbarrou no volume em estoque e na quebra da confiança na continuidade do crescimento da economia. O governo local, luta para reativar a economia injetando liquidez em busca de resultados nos setores produtivos. A causa central do problema está na transformação que ocorreu na sociedade nos últimos anos e na violenta imposição de limitações as liberdades no período da crise sanitária. O medo de retrocessos nos avanços obtidos nas últimas décadas paralisa os membros da nova sociedade chinesa.

A instabilidade no sistema financeiro, tanto europeu como americano, trouxe desde 2008, a ideia de que a irresponsabilidade dos gestores das empresas ligadas ao setor, não deve ser suportada por toda a sociedade, através dos socorros realizados pelas autoridades monetárias com recursos do contribuinte.

O advento da comunicação instantânea nas ultimas décadas, recuperou ao cidadão comum, o direito de opinar diretamente nas questões que envolve o dia a dia da sociedade. Esta realidade pressiona ainda mais os dirigentes e governantes, criando um caldo de desejos e informações nunca visto na história.

O recente embate entre gigantes da tecnologia como Elon Musk e Mark Zuckerberg também tem a ver com este estado de animo na sociedade. Os ponteiros do setor chegaram a cogitar uma “luta em ringe” para mostrar ao publico qual o mais forte. No mundo da internet a batalha pelo usuário e pelo rótulo de liberal, fica entre o renovado Twitter agora na nomenclatura “X”, e o novo oponente Threads. A conquista por adeptos destas plataformas representa a batalha travada pelas ideias de liberdade que reinam no dia a dia das telas individuais.  

As questões climáticas podem afetar a produção de arroz nos campos chineses, a queda na produção, desestabiliza o mercado do produto, base na alimentação em vários países, elevando os preços e gerando medo e temor de escassez, pressionando a sociedade com mais instabilidade.

As questões envolvendo a autonomia de Taiwan, reacendem divisões no oriente. A soberania da ilha, afeta a produção de chips e semicondutores e agita o mercado produtivo global. O smartfone que acessa a internet no interior da américa latina, recebe componentes oriundos do oriente. Esta batalha por um pequeno punhado de terras a cerca de centro e cinquenta quilômetros do continente asiático, pode envolver poderosas forças militares que desestabilizarão o frágil equilíbrio político no planeta.

Todos estes pontos de tensão política e econômica, tem como base a redistribuição de forças entre as correntes de pensamento em toda a sociedade.

A rotulação, tão comum nos tempos atuais, não passa de uma nova Babel no mundo das ideias, onde todos buscam revolver os problemas a partir de seu ponto de vista, causando um desarranjo nas relações sociais e determinando o “outro” como alguém que não compreende os anseios e desejos de liberdade e igualdade.

Dentro do universo do pensamento político é comum indicarmos alguém de extrema esquerda, esquerda, centro esquerda, centro, centro direita, direita, extrema direita. Toda esta escala de valores, não passa de um posicionamento dentro do pensamento social.

O ponto de vista em que observamos os acontecimentos é a matriz que interpretamos as questões envolvidas nos fatos.

Este momento na discussão da sociedade, é o preludio de uma transformação que viveremos. 

Assim foi no final do século XIX e início do século XX e agora, repetido neste início de século.

A transformação social e tecnológica vivida nos últimos três séculos deve se acelerar de agora em diante, isso provocou e provocará uma total transformação das maneiras com que lidamos com a vida e com os que estão a nossa volta.

O que devemos buscar é encontrar meios para que esta acomodação não ocorra através de lutas e combates como foi nos anos 1800/1900, pois, nossa capacidade bélica é infinitamente superior aos aparatos daquele período. Teríamos um confronto relâmpago e definitivo para história humana.

Lembrando uma frase atribuída a Albert Einstein, a terceira guerra de proporções globais não sabemos como ocorrerá, mas a quarta com certeza será com pedras e paus.

A sensatez e a sabedoria devem reinar em momentos de pânico e elevação dos ânimos, só com base nestas qualidades passaremos por estes momentos tão importantes da história humana.

Poderemos ser uma nova sociedade ou apenas escombros de uma nova arqueologia.