Pular para o conteúdo principal

Destaques

Julio Damião sempre abrindo os olhos do mercado

  Júlio Damião Júlio Damião • 1º • 1º Estrategista em Finanças / (CEO) IBEFMG / Conselheiro Independente / London Stock Exchange (LSEG) - Refinitiv/ Mestrado (Business) / Professor (Compliance) / Estrategista em Finanças / (CEO) IBEFMG / Conselheiro Independente / London Stock Exchange (LSEG) - Refinitiv/ Mestrado (Business) / Professor (Compliance) / 1 h • Editado •  1 h • Editado • Tecla SAP:  A Evergrande (> Incorporadora imobiliária da China) entrou com pedido de falência nos EUA. Esta semana tivemos a notícia de que o presidente do conselho foi colocado sobre vigilância (preso em casa), e que as negociações das ações foram canceladas em Hong Kong. As ações já desvalorizaram 98%. A empresa acumula dívidas de U$ 340 bilhões (R$ 1,7 Trilhão) = Petrobras (R$ 471 Bi) + Vale (R$ 301 Bi) + Ambev (R$ 205 Bi) + Itaú (R$ 243 Bi) + Bradesco (R$ 140 Bi) + BTG (R$ 124 Bi) e BB (R$ 135 Bi) Juntas... Tem mais de 1.300 empreendimentos e 200 mil funcionários. As agências de risco ...

Movimento de gigantes. O reposicionamento das forças globais.

De Gulliver a Caterpillar.

Francesco Bovolin - Pixabay


Em minha infância tive a oportunidade de ler um dos livros que narra as aventuras de Gulliver. Um aventureiro que se envolve com mundos fantásticos e que num deles é visto como uma gigante aberração ameaçadora.

Em meu imaginário infantil, eu não compreendi que a narrativa era uma velada crítica ao sistema reinante na época de sua criação.  

O autor trás naqueles contos sua visão do momento socio político, tecendo críticas ao estabelecimento geral.

Eu me pergunto, o que está alusão, tem a ver com o que pretendo descrever abaixo?

Talvez a imagem de gigante que Gulliver imprime em uma das partes de suas aventuras.

O impacto causado pela crise desencadeada em dois mil e vinte, pôs em movimento gigantes da economia global.

O modelo anterior que estava baseado na energia a partir do uso de combustíveis a base de carbono, vinha sendo substituído por uma nova ideia, as chamadas fontes de energias renováveis.

Com o advento da crise e o prolongamento do quadro caótico resultante, decorrente do conflito na Ucrânia. O mundo se viu refém de um modelo concentrador e totalitário.

Esta realidade, alarmou os dirigentes e governantes. A excessiva dependência de fontes únicas de energia e de produtos manufaturados, mostrou-se extremamente perigosa para a existência de nações e empresas. Esta compreensão disparou a busca por novas fontes e fornecedores, mais amistosos e controláveis.

Na disputa pelo controle destas novas fontes, o embate entre os grandes jogadores, mostrou a fragilidade no poder exercido pelas metrópoles que atuavam na geopolítica, trazendo ao centro das disputas novos contendores, que se mostraram resilientes e dispostos a desafiar o modelo estabelecido.

Esta nova condição, obrigou uma corrida na busca de reposicionamento de “armas” e o controle de pontos estratégicos.

A “indústria” do investimento já dá sinais de realocação de forças. A implementação de novas estruturas da indústria de base é um sinal claro dessa nova trincheira da batalha pelo poder.

O esfacelamento do grupo de países Africanos controlados pela França, conhecido como África Ocidental, desenha a tomada de uma nova fronteira na batalha pelo controle das riquezas da região.

O continente rico em reservas naturais, vinha sendo explorado e mantido em subdesenvolvimento para que não houvesse um despertar na região. Os interesses de liberar estas fontes, criou um fluxo de recursos e apoios que tem levantado vozes e instigado a tomada de poder por forças locais, com o objetivo de reter para si os recursos e o resultado de sua exploração.

A indústria de mineração já se movimenta nos bastidores para suprir a nova onda que está por vir. As aquisições e fusões, aproveitam a queda dos ativos decorrentes da atual desaceleração para estabelecer novos fronts de investimento visando atender a demanda vindoura.

Um novo boom de desenvolvimento se desenha a frente. O esgotamento do modelo anterior é visível e real. A demanda por energia e novas tecnologias deve alavancar esta retomada do desenvolvimento que se avizinha.

A desaceleração que estamos experimentando é como o recuo das ondas de um tsunami. Aqueles que estiverem posicionados e atentos ao movimento que se desenha, surgirão como surfistas campeões desta nova era.

A reorganização dos polos produtivos e a decorrente batalha por novos consumidores, irá implementar um avanço tecnológico sem precedentes na história. O salto qualificativo e quantitativo será descomunal na vida cotidiana.

A indústria de petróleo que vinha sendo massacrada e contraída, deve experimentar um grande salto em suas tecnologias e processos produtivos, visando o melhor aproveitamento dos recursos já existentes. A demanda por energia impulsionara, também a mineração em busca de novos materiais e maneiras menos destrutivas de extrair os recursos disponíveis.

Mesmo que enfrentemos uma redução populacional nas próximas décadas o consumo de energia deve se multiplicar em números elevados. A automatização e a criação de novos equipamentos e funções demandará a cada dia uma quantidade maior de insumo energético.

O mundo dito do futuro. será repleto de pontos de consumo energético, pressionando a demanda por novos materiais e novas fontes destes primordiais recursos.

Observar estes movimentos, é crucial a aqueles que buscam uma nova vida. A transformação vindoura, exigirá de todos um novo posicionamento diante de suas convicções e verdades.

Os bastidores dos mercados fervilham de movimentações estratégicas. O que vemos nos gráficos, analises e notícias não é a verdade do que vem ocorrendo. O poder já foi remodelado, o que estamos vivendo é apenas a realocação dos atores coadjuvantes. Os protagonistas já têm a sua marcação no palco. Agora nos resta aguardar a abertura das cortinas para vermos os atores que foram escalados para a peça.

A grande incógnita da plateia é se Gulliver estará deitado sobre o oleado do palco, rendido entre pequenos combatentes, ou soberano e altivo com sua cabeça entre as luzes das maquinarias do teatro global.

O que nos aguarda é um mundo novo e diferente, que exigirá uma grande capacidade de adaptação por aqueles que sobreviverem a esta era, descortinando uma nova realidade a ser vivida pelas novas gerações.

Cabe a cada um construir o momento em que vivemos. 

Comentários

Postagens mais visitadas